HEIDI KLUM E LIDL - HEIDI KLUM AND LIDL

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A moda é um estado de constante mudança, um ritmo imparável de renovação. Sinal disso é o fenómeno da fast fashion que neste momento domina o mercado. Por outro lado o público está também cada vez mais exigente e informado, mas a aquisição de peças originais e diferenciadas não é para todos os bolsos.

Como resposta a estas necessidades tornou-se comum a realização de parcerias entre grandes lojas e nomes conceituados do mundo da moda, como estilistas e modelos. O acesso a peças de roupa com um toque especial, desejadas por quem gosta de se vestir bem, mas não tem possibilidade de pagar muito por elas, tem vindo a tornar-se cada vez mais habitual. Um dos exemplos dessa aposta tem sido a H&M com as suas edições limitadas, resultado de parcerias com estilistas como Karl Largerfeld, Balmain, entre outros.

Com características diversas, agora foi a vez da cadeia de supermercados Lidl se associar à modelo Heidi Klum na criação de uma coleção feminina chamada Esmara. Heidi Klum afirma ter-se inspirado em Nova Iorque para criar peças que combinassem entre elas e que deixassem as mulheres com um aspeto “wow" (nas palavras da própria), e tudo a preços acessíveis.

Confesso que achei interessantíssimo ter uma peça desenhada por alguém que está por dentro do glamour da moda com um preço acessível à maioria das mulheres. Pesquisei o site do Lidl, as peças pareceram-me interessantes e a curiosidade de vê-las e senti-las fez-me ir de propósito ao supermercado.

Apesar de toda a expectativa mediática criada, o primeiro impacto que tive foi de pura desilusão. O que avistei foi um monte de roupa remexida depositada aos molhos em expositores metálicos, ao lado de moinhos de pimenta e de sal, relógios de plástico e chaleiras elétricas, banalizando um produto que se pretende “wow”.

Das duas uma: Ou a Heidi Klum está muito necessitada de dinheiro ou nunca pôs os pés num supermercado Lidl e não previu que este seria o resultado mais provável. Assim não corre o perigo de ter o desgosto de ver a sua coleção largada em molhos, como numa feira.

Não estou aqui a pôr em causa a qualidade da coleção. Ignorando a falta de sensibilidade das técnicas de merchandising da cadeia de supermercados, é possível encontrar peças muito interessantes a um baixo preço. Para quem quer brilhar na festa de fim do ano sem gastar muito dinheiro é uma boa oportunidade. Eu gostei especialmente de um casaco de veludo preto.

Se realmente a ideia foi apostar no nome da modelo e lançar um produto interessante, o Lidl tem que repensar os seus processos. Vender roupa com uma marca que se pretende prestigiada implica processos diferentes de vender legumes num supermercado.

Fashion is a state of constant change, an unstoppable pace of renewal. A sign of this is the phenomenon of fast fashion that at this moment dominates the market. On the other hand, shoppers are more and more demanding and informed, but the acquisition of original and differentiated pieces is not for everyone's pockets.

Answering these needs, it has become common to have partnerships between major stores and reputed names in the fashion industry, such as stylists and models. Accessing clothes with a "special touch", wanted by those who like to dress well, but can not afford to pay for them, has become more and more common. One of the examples of this has been H&M with its limited editions, the result of partnerships with stylists like Karl Lagerfeld, Balmain, amongst others..

With a different approach, now was the turn of the chain of supermarkets Lidl to associate with the model Heidi Klum in the creation of a feminine collection called Esmara. Heidi Klum claims to have been inspired by New York to create matching pieces that would leave women looking "wow" (in her own words), and all at affordable prices.

I confess that I found very interesting to have a fashion item designed by someone who is within the glamour of the fashion industry, designed to be affordable to most women. I searched Lidl's website, the items seemed interesting, and the curiosity of seeing and feeling them made me go to the supermarket, on purpose.

Despite all the media expectations, the first impact I had was pure disappointment. What I saw was a lot of shuffled clothes deposited one on top of the other on metal displays, alongside pepper and salt mills, plastic clocks and electric kettles, banalizing a product that is supposed to be "wow".

That leaves us with a choice: Either Heidi Klum is in great need of money or has never set foot in a Lidl supermarket and has not predicted that this would be the most likely outcome, so she does not run the risk of having the disgust of seeing her collection sloshed, like a fair.

I am not here to question the quality of the collection. Ignoring the lack of sensitivity of the merchandising techniques of the supermarket chain, it is possible to find very interesting pieces at a low price. For those who want to shine at the end of the year party without spending a lot of money is a good opportunity. I especially liked a black velvet coat.

If the idea really was to bet on the model name and to launch an interesting product Lidl has to rethink its processes. Selling clothes with a brand that is sought after implies different processes of selling vegetables in a supermarket.