Natal todos os dias - Christmas Everyday

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Um ano passa sem de tal nos apercebermos. Cada um de nós absorvido na sua vida, as pressas e o afastamento dos outros que as rotinas do quotidiano nos impõem. De repente encontramo-nos no fim do ano e o mês de dezembro bate-nos à porta. Depois de passar todo um ano, este é o mês de fazer balanços, de nos redimirmos e de renovar esperanças. Com o mês de dezembro começa o advento do Natal. 

A palavra advento significa chegada, vinda. Significa que se iniciou o tempo de preparação para o Natal. A árvore de Natal já está no seu lugar e devidamente decorada, tal como a casa, com pormenores alusivos. Uma coroa pendurada na porta a sinalizar a época natalícia aos vizinhos e a quem nos visita. As luzes acendem-se e, parece que automaticamente, respira-se um espírito de amor, alegria e partilha. Como se de um botão de ligar e desligar se tratasse, esta época amolece corações e promove comportamentos propícios ao espírito natalício.

Neste período o melhor de nós evidencia-se e nutrimos empatia e amor pelo próximo. Os mais desfavorecidos são lembrados por entidades públicas e privadas, pelas associações, empresas e pelos cidadãos, através de campanhas de solidariedade (doação de alimentos, roupas, calor e sorrisos). Os olhares das pessoas cruzam-se e ouve-se a partilha de felicitações e desejos. As agendas tornam-se um quebra-cabeças na conciliação de jantares de confraternização entre colegas de trabalho, amigos e familiares. 

Tudo isto seria ideal se não tivesse uma validade muita curta. Isto tudo dura um mês (ou menos), e depois tudo volta à normalidade. Este discurso não inclui nem exclui ninguém, é apenas uma reflexão de algo que todos sabemos. A questão é: Se nesta época somos ou parecemos que somos capazes de manifestar atitudes de amor, compreensão, empatia e altruísmo o que nos impede de os distribuir pelo resto do ano?

A year goes by without us noticing. Each one of us is absorbed in his daily routines, hurrying and estranged of others. Suddenly we are at the end of the year and the month of December knocks at our door. After a whole year, this is the month of making balances, of redeeming ourselves and renewing our hopes. With the month of December we get the advent of Christmas.

The word advent means coming, arriving. It means the preparation time for Christmas has begun.The Christmas tree is already in its place and properly decorated, just like the house, with allusive details. A crown hung at the door to signal the holiday season to the neighbours, and to those who visit us. The lights come on and, it seems automatically, you breathe a spirit of love, joy and sharing.As with an on and off button, this season softens hearts and promotes behaviours adjusted to the holiday spirit.

In this period the best of us is evident and we have empathy and love for others.The most disadvantaged are reminded by public and private entities, associations, companies and citizens, through campaigns of solidarity (donation of food, clothing, warmth and smiles). People's exchange warm glances and one hears the sharing of congratulations and best wishes.Schedules become a puzzle in reconciling dinners amongst co-workers, friends and family.

All this would be ideal if it did not have a very short time span. All this lasts a month (or less), and then everything returns to normal. This speech does not include or exclude anyone, it is only a reflection of something we all know.The question is: If at this time we are or do we seem to be able to manifest attitudes of love, understanding, empathy, and altruism, what prevents us from doing the same the rest of the year?